A cocaína “envenenada” que causou 23 mortes e levou 84 pessoas a serem hospitalizadas em 12 municípios da província Buenos Aires, teria sido adulterada com a mistura de um opioide, segundo autoridades de saúde argentinas.
Uma das hipóteses mais prováveis é que tenha sido usado fentanil, um medicamento até 100 vezes mais potente que a morfina e com efeito contrário ao estimulante da cocaína, o que provocou as reações que levaram às mortes e overdoses.
Nesta quinta-feira, dezenas de pacientes ainda respiravam com o auxílio de aparelhos.
Os pacientes que sobreviveram foram salvos com o uso de naloxona, “um antagonista opioide puro”, segundo Carlos Damin, toxicologista do Hospital Fernández, consultado pela emissora argentina TN. O especialista explica ainda que a substância não tem efeito em alguém que não tenha opioides em seu corpo e não é um tratamento para o transtorno do uso de opioides.
Em comunicado na noite de quarta, a Secretaria de Saúde da província de Buenos Aires já tinha informado que havia sido declarado “alerta epidemiológico” e que informações preliminares indicavam que as vítimas sofriam “quadros de intoxicação por opiáceos e se desconhece a existência de outro produto vinculado”.
As autoridades apreenderam 15 mil porções de cocaína semelhantes às que foram adquiridas pelas vítimas, embaladas em pacotes cor de rosa, e emitiram um alerta pedindo que todos que compraram cocaína nas últimas 24 horas descartem a droga, mas, ainda assim, mais casos foram registrados.
Além disso, segundo o ministro da Saúde de Buenos Aires, Nicolás Kreplak, três das pessoas intoxicadas voltaram a ser socorridas em hospitais porque consumiram novamente a droga, depois de terem recebido alta após um primeiro atendimento.
Kreplak disse ainda que o sistema de saúde recebeu mais de 200 consultas a cada turno relacionadas ao consumo da cocaína adulterada.
Fonte: G1